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Como a guerra comercial EUA-China afeta as exportações brasileiras?

Atualizado: 17 de fev. de 2021



Você provavelmente já ouviu falar sobre a guerra comercial que acontece desde pelo menos 2018 entre Estados Unidos e China. Já se perguntou como os acontecimentos em lugares tão distantes podem afetar a sua vida?


Pois bem, como explicado em nosso artigo sobre as relações entre Brasil e China , esses dois gigantes internacionais são simplesmente as duas maiores economias do mundo e fazem comércio em larga escala com todas as regiões do planeta, isso significa que o mundo inteiro está conectado de maneira direta ou indireta com essas potências e um choque entre esses dois países têm efeitos diversos mundo afora.


Quando analisamos a posição do Brasil nesse esquema todo, podemos entender com maior facilidade como isso nos impacta. A China e os Estados Unidos representam, respectivamente, nossos primeiro e segundo maior parceiros comerciais, sendo que, quando se trata de nossas exportações, 26,5% vão para a China e 12,1% vão para os Estados Unidos, juntos representando então quase 40% de todos os produtos que saem do Brasil. Além de que, quando falamos de importações, 19,6% são oriundas da China e 16,9% dos Estados Unidos. Segundo dados do Observatório de Complexidade Econômica.



Onde entra o Brasil nisso?

Bom, o Brasil é um país de caráter exportador, a grande parte da economia do país gira em torno da exportação de commodities, que são produtos sem nenhum valor agregado, também chamados de produtos in natura, como por exemplo a soja , o trigo, frutas , bem como carnes, seja de frango, peixes ou bovina e suína, ou seja, a agropecuária.


Fora isso, o Brasil possui diversos incentivos à exportação que se manifestam de diversas formas, seja por regimes alfandegários especiais, incentivos fiscais, ou mesmo pela desvalorização do real perante o dólar.


Nesse sentido, vale ressaltar que a China representa um gigantesco mercado para os produtos brasileiros, além de que, os Estados Unidos são outro grande exportador de produtos do tipo, sendo concorrente direto do Brasil na disputa por espaço no mercado mundial.



A guerra comercial e seus efeitos

A Guerra Comercial se apresenta em um contexto de uma China em grande crescimento e dos Estados Unidos vendo sua posição de destaque econômico ameaçada. Nesse sentido, o presidente americano Donald Trump começou a adotar práticas protecionistas na tentativa de reduzir o déficit comercial que os Estados Unidos tinham em relação à China, o que significa que a ideia inicial de Donald Trump era a de que a China precisava comprar mais produtos do que vende em relação ao país americano. Dessa forma, foram estabelecidas diversas barreiras comerciais à produtos chineses que desejassem entrar nos Estados Unidos, atitude que foi logo acompanhada pela China, dando início à Guerra Comercial.


Inicialmente, o Brasil pôde se beneficiar do conflito, visto que a China deixou de comprar diversos produtos estadunidenses, incluindo a soja, o que possibilitou uma maior penetração dos produtos brasileiros no mercado chinês. Além de que, os Estados Unidos também mostram uma leve alavancada nas compras de produtos manufaturados brasileiros que antes seriam comprados da China, no entanto, isto representa apenas alguns efeitos a curto prazo da guerra comercial. A longo prazo, a alta nas barreiras comerciais desses países representa um aumento geral no preço final dos produtos o que prejudica o consumidor, principalmente em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.


Outro ponto que merece destaque é o acordo de “Fase 1” assinado pelos dois gigantes no começo do ano. Nesse acordo, a China se comprometeu a comprar um montante de produtos equivalente a 200 bilhões de dólares em um período de dois anos, sendo que, desse montante, 32 bilhões serão referentes a produtos agrícolas.



E agora? O que está por vir?

Logo depois que o “Acordo de Fase 1” foi assinado, o presidente Donald Trump anunciou que as negociações para um “Acordo de Fase 2” começariam imediatamente, no entanto, o mundo todo foi surpreendido pela pandemia do novo coronavírus, tendo suas dinâmicas totalmente alteradas.


As tensões entre Estados Unidos e China escalaram de maneira abrupta e as negociações entre ambos os países foram paralisadas. A guerra comercial já era motivo de grandes dificuldades econômicas em países de economias menores e, agora, a pandemia agravou ainda mais as dificuldades econômicas de todo o mundo.


Sendo assim, não se sabe até quando os dois países serão capazes de aguentar uma guerra comercial no nível em que estavam, visto que ambos são interdependentes e uma grande quebra na economia de um também seria significante à economia do outro.


Outro fator relevante é o fato de que haverão eleições nos Estados Unidos ainda neste ano, o que pode influenciar e muito o comportamento do presidente estadunidense, o qual já utiliza de fortes retóricas contra a China, podendo escalar ainda mais o conflito numa tentativa de angariar mais votos.


De qualquer forma, as exportações brasileiras devem ser afetadas pelas políticas protecionistas estadunidenses, bem como devem perder parte da fatia de mercado conquistada na China durante o início do conflito. Além de que, cabe lembrar que o agronegócio não representa a totalidade dos interesses comerciais nacionais, o que significa que o país, de um jeito ou de outro, já vinha sofrendo com a guerra comercial o que claramente vai piorar por conta da pandemia. Fica evidente portanto, a necessidade do Brasil de procurar outros mercados que não apenas os Estados Unidos ou a China, destinando suas exportações para outras regiões do mundo em que há a possibilidade de cooperação, como a África e o Oriente Médio, por exemplo, ou mesmo a União Europeia e o Mercosul.




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